Não há como falar em equipes sem falar em
liderança. No post passado, falamos sobre
formação de equipes e da importância que a liderança exerce sobre a formação de
equipes. Neste post, vou abordar mais o aspecto de liderança. Liderança é um tema que mexe com o imaginário de muitas
pessoas, pois nos acostumamos a ver os heróis apresentados nas telas do cinema
ou da televisão. No mundo dos negócios também não é diferente. Muitos exemplos de líderes nos foram apresentados ao longo
do tempo. Mas duas questões importantes surgem, quando falamos de liderança: 1)
Como aparece um líder? 2) O líder poder ser formado ou já nasce líder?
A liderança é definida como a capacidade de
influenciar um conjunto de pessoas para alcançar um objetivo. Mas como separar
os conceitos de liderança e administração? De uma maneira simples, podemos
dizer que a administração tem a ver com o gerenciamento da complexidade,
enquanto que a liderança tem a ver com o gerenciamento da mudança. Líderes são
indivíduos capazes de desenvolver uma visão do futuro, engajando pessoas
através de uma comunicação clara desta visão e inspirando as pessoas na
superação de obstáculos (Robbins, 2010).
As organizações, na verdade, precisam dos dois
elementos: dos administradores e dos líderes. Nem todo administrador será um
líder e nem todo líder será um grande administrador, necessariamente.
Algumas teorias, tal como a dos traços, argumenta que
os líderes não são como outras pessoas. Eles possuem qualidades e características
pessoais que as diferenciam das demais pessoas, tais como extroversão,
conscienciosidade e inteligência emocional. Dentre estas características,
talvez, a inteligência emocional tenha um destaque. É através dela que se
manifestará a empatia, elemento essencial para o desenvolvimento do senso de
lealdade.
As teorias comportamentais, por sua vez, acreditam que
um líder possa ser treinado, quer seja na dimensão de orientação para pessoas,
quer seja na dimensão da orientação para produção.
Independente de ter traços de liderança ou de
desenvolvê-los, a teoria da contingência surge para mostrar que o sucesso do líder,
entretanto, estará vinculado ao contexto. A contribuição maior veio através de
Fiedler que acreditava que a eficácia do desempenho do grupo depende da
adequação entre o estilo do líder e o grau de controle que a situação lhe
proporciona. Segundo Fiedler, você deve adequar o líder à situação de forma a
aumentar a chance de melhor desempenho deste grupo. Isto pode acontecer de duas
formas: substituindo-se o líder, para melhor adequar à situação ou você pode
modificar a situação, para adequar melhor o líder, como, por exemplo,
modificando tarefas, organização, etc.
Dentre as várias teorias sobre liderança, a que mais
chama a atenção das pessoas, é a teoria carismática, manifesta através dos
vários exemplos que identificamos na mídia. As pessoas
atribuem capacidades heroicas ou extraordinárias de liderança a seus líderes
quando observam neles determinados comportamentos. Alguns autores
argumentam que estes indivíduos já nascem com traços que fazem deles pessoas
carismáticas, tais como extroversão, autoconfiança e ambição. Alguns autores
argumentam, porém, que estes líderes carismáticos também podem ser treinados.
Líderes carismáticos influenciam seus liderados
através da criação de uma visão atraente, de uma estratégia de longo prazo para
alcance de metas por meio da conexão entre o presente e o futuro melhor para a
organização e para o grupo. A visão vem acompanhada de uma estruturação clara e
de um novo conjunto de valores e exemplos para que os seguidores o imitem.
Estes líderes criam o ambiente de cooperação e apoio mútuo.
Certamente, vocês já viram pessoas lançando-se como
uma liderança forte, através de suas características pessoas e extroversão,
ambição e autoconfiança. Porém, ter estas características é condição
necessária, mas não suficiente para que este indivíduo, de fato, se torne um
líder. Muitos são os exemplos de pessoas que utilizam-se destas características
que o destacam do grupo para exercer cargos administrativos com maiores poderes
e utilizam-se destes atributos para alavancar suas carreiras em benefício próprio
e não do grupo. Não raramente, estas pessoas possuem carreiras ascendentes
rápidas, porém, deixando para trás, um rastro de inconsistência, notado,
principalmente, por aqueles que eram seus liderados e que se sentiram abandonados
no meio dos problemas deixados para trás.
Quando o tema é liderança, surge, para mim, um conceito
que atribuo uma importância destacada: A liderança autêntica. O líder autêntico sabe quem é, sabe no que acredita e o que
valoriza e age conforme seus valores e suas crenças, de forma aberta e honesta.
Ele é capaz de criar confiança! A confiança é o estado psicológico que
existe quando você concorda em se tornar vulnerável ao outro porque possui
expectativas com relação ao modo como a situação vai se desenrolar.
É justamente a confiança que fará com que este líder tenha
o destaque e o sucesso que se espera da liderança. É a confiança que permitirá
o alcance dos resultados e que fará com o que o benefício seja compartilhado
entre líder e liderados. Não raro, também, e vermos indivíduos lançando-se ou
lançados como líderes que não conseguem estabelecer o vínculo de confiança
entre os colaboradores. Ora, se o líder não é capaz de criar um vínculo de confiança,
como será capaz de resolver conflitos existentes em suas equipes? Sem resolver
estes conflitos, como o grupo será capaz de criar um grau de colaboração e um
mecanismo de autocorreção para melhorar o desempenho. É isto que fará diferença
entre grupo e equipe. Portanto, o líder tem papel fundamental neste processo de
formação de equipes. A confiança encoraja a assumir riscos, facilita o
compartilhamento de informações, faz o grupo tornar-se mais eficaz e melhora a
produtividade.
A liderança pressupõe riscos e benefícios,
para o líder e para o grupo. Talvez, se reduzíssemos
o grau de romantismo sobre os líderes e deles esperássemos e cobrássemos maior
consistência em suas visões de futuro, em suas capacidades de comunicação e
envolvimento de pessoas em torno desta visão e, acima de tudo, um papel
inspiracional, capaz de movimentar as pessoas em direção ao objetivo esperado,
talvez assim, tivéssemos mais líderes e menos “piratas organizacionais”, agindo
em benefício próprio e não em benefício do grupo.
Não cobri, neste post, todos os aspectos relacionados
com liderança. Para alguns, o que foi escrito acima faça mais sentido do que
para outros.
Compartilhe suas experiências sobre liderança: boas e
ruins
Um grande abraço.
Moacyr Ferreira
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